quarta-feira, 29 de julho de 2015

O perigo do sobrepeso infantil



Nas férias a preocupação aumenta com as crianças que permanecem em casa, sem a carga de estudos, mas com a mesma energia e disposição. Com mais tempo também para refeições a qualquer hora e sem grandes estímulos para a atividade física, principalmente para aquelas que não têm oportunidade para viajar. Mais uma vez, cabe aos pais ou responsáveis o desafio de investir na criatividade.

Chegamos ao mês de julho, tempo de férias escolares. Crianças, adolescentes e os pais costumam afrouxar as regras de disciplina. O ritmo de vida é outro, mas os cuidados devem ser mantidos, para garantir a boa saúde.

A preocupação aumenta com as crianças que permanecem em casa, sem a carga de estudos, mas com a mesma energia e disposição. Com mais tempo também para refeições a qualquer hora e sem grandes estímulos para a atividade física, principalmente para aquelas que não têm oportunidade para viajar. Mais uma vez, cabe aos pais ou responsáveis o desafio de investir na criatividade.

A falta de atividade física, aliada ao consumo excessivo de alimentos ricos em gordura e sal, e a exposição maior à TV, computador e jogos no celular, uma combinação que deve ser combativa.

O alerta é importante. Mesmo que os pais continuem com o ritmo normal de trabalho e agenda cronometrada, o esforço deve existir, em nome do bem estar e da saúde dos filhos. A dica é: buscar programas que envolvam movimento como, ir ao clube, fazer caminhadas, atividades nos parques, estimular a realização de campeonatos, gincanas, etc.

Não é demais lembrar que, a exposição a programas televisivos vem acompanhada de um bombardeio de anúncios de alimentos prontos para o consumo, chamando a atenção especialmente dos mais novos, pelas cores e bem estar dos anúncios, que podem até ter um efeito maléfico na vida da pessoa.

A consequência maior é o estímulo a esse tipo de produto, que normalmente, é o ponto de partida para a formação de adultos obesos no futuro.

Uma pesquisa feita pela Universidade Tufts, de Washington, chamou a atenção para o fato de que, com mais TV, as crianças consomem basicamente carnes vermelhas, salgadinhos e pizzas. Não há espaço para frutas e verduras. Na Inglaterra, um em cada três crianças de até 10 anos estão em sobrepeso, também em função destes hábitos.

No Brasil, ainda faltam pesquisas mais aprofundadas. Mas sabemos que é crescente o acesso das nossas crianças e adolescentes à TV, aos tablets e outros aparelhos eletrônicos. Dados da Associação Brasileira de Estudos Sobre a Obesidade, apontam também para 30% o número de crianças que convivem com o excesso de peso.

A questão é: atitude. Ou nos conformamos com a situação e nos preparamos para conviver com hipertensão, cardiopatias e outros males adquiridos com a obesidade, ou adotamos uma nova rotina agora. Se o tempo livre para as crianças é maior em período de férias, é também uma grande oportunidade para que pais exercitem a responsabilidade de amar e educar para uma boa saúde.

(Leonardo Porto Sebba, gastrocirurgião e presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica – seção Goiás)


Matéria publicada no site Diário da Manhã

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