A morte súbita, conhecida há muitos anos na área médica, ainda gera espanto e dúvidas na população. Especialmente quando as vítimas são jovens e praticantes de atividades físicas. Segundo o Ministério da Saúde, mil casos de morte súbita decorrente de arritmia cardíaca são registrados no Brasil por dia, o que representa 45 por hora, e quase duas por minuto.
A história clássica de morte súbita cardíaca na literatura mundial é a do soldado ateniense Phidippides, que morreu aos 40 anos de idade, após correr os 42.195 metros, em 490 a.C. Na era moderna, outras duas mortes súbitas com atletas despertaram atenção: em 1967, o campeão inglês e mundial de ciclismo Tom Simpson sofreu uma parada cardíaca durante o Tour de France, por exaustão, calor e a combinação de álcool e anfetamina, aos 30 anos; no Brasil, o caso mais emblemático aconteceu com o zagueiro Serginho, do São Caetano, em 2004, que sofreu uma parada cardíaca durante o jogo contra o São Paulo e morreu, também aos 30 anos.
Segundo o cardiologista Luiz Pereira de Magalhães, da Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas, consultado pelo SRZD, diversos fatores podem causar parada cardíaca e morte súbita. Ele destacou que a prevenção é muito importante, principalmente a realização de consultas regulares com médicos especialistas.
O cardiologista conversou com o SRZD e esclareceu o que é a morte súbita, suas causas, prevenção, e por que tantos jovens têm perdido a vida por este motivo.
Como definir a Morte Súbita Cardíaca?
Dr. Luiz Pereira: As arritmias cardíacas são alterações elétricas que provocam modificações no ritmo das batidas do coração. Quando não diagnosticada e tratada corretamente, a arritmia cardíaca pode provocar parada cardíaca e a morte súbita, que é a morte inesperada que ocorre até 1 hora após o início de sintomas (ou morte inesperada “dormindo”).
A morte súbita é a morte instantânea, inesperada, repentina e não acidental, na maioria das vezes de origem cardíaca. Mas ela pode ser evitável, se revertida rapidamente com auxílio de um choque elétrico aplicado no peito. Porém, poucas tentativas de ressuscitação fora de ambiente hospitalar são bem-sucedidas após 10 minutos e, a partir de oitavo minuto, o cérebro já começa a sofrer danos.
Por que tantos jovens morrem vítimas de MSC? Há relação com atividades físicas?
Dr. Luiz Pereira: É bom lembrar que qualquer prática esportiva é benéfica para o coração, até mesmo as mais simples, como uma caminhada de 30 minutos, três vezes por semana. O que acontece muitas vezes nos casos onde as vítimas são adolescentes, aparentemente saudáveis e praticantes de atividades físicas é que há ausência de exames preliminares que poderiam diagnosticar e evitar a morte súbita, ou uma adequada consulta médica não foi considerada. Se não há esta avaliação com um cardiologista, com especialistas como eletrofisiologistas ou arritmologistas, os riscos são maiores.
Que tipos de exames podem ser feitos para evitar a morte súbita cardíaca?
Dr. Luiz Pereira: A recomendação de praxe é realizar avaliações pré-participação com acompanhado de um eletrocardiograma, que pode identificar maior risco de morte súbita. Antes do início da atividade física, recomenda-se screening (rastreamento) cardiovascular pré-participação esportiva, que pode identificar anormalidades e progressão de doenças cardiovasculares preexistentes ou mesmo morte súbita.
Para todos os casos, independentemente da idade, a análise precisa incluir histórico clínico, antecedentes pessoais e familiares e o exame físico para detectar os fatores de risco cardíaco.
O que causa a arritmia cardíaca? Há maneiras de evitá-la?
Dr. Luiz Pereira: São diversos os fatores desencadeantes de uma arritmia cardíaca: congênita, adquirida, como nos casos das pessoas sedentárias ou como reflexos comportamentais, nos casos de indivíduos que abusam de drogas, tabaco ou mesmo energéticos, e ainda ter como causa a hipertensão arterial e a Diabetes Mellitus. Os sintomas mais comuns são palpitações ou “batedeiras”, desmaios e tonturas.
A realização de exames de rotina com um cardiologista pode ser uma maneira de prevenção. Assim como ter uma boa qualidade de vida, praticar atividade física, prezar por uma boa alimentação e evitar o estresse.
A má alimentação e o tabagismo contribuem para a arritmia cardíaca?
Dr. Luiz Pereira: Os sedentários estão mais predispostos a doenças cardíacas. Da mesma forma, os obesos, os fumantes, pessoas que têm alimentação desequilibrada e os que exageram no uso de bebidas alcoólicas e no consumo de energéticos. É preciso ter uma alimentação balanceada, rica em fruta, verduras, legumes, cereais e preferir sucos de fruta naturais.
O tabagismo, por sua vez, acelera o processo de depósito de placas de colesterol, aumenta a formação de coágulos, o enrijecimento arterial e contribui para o surgimento da hipertensão arterial que, quando existente por muito tempo, causa danos às paredes das artérias menores, como as coronárias, e acelera o processo ateroesclerótico. Estes são fatores de risco para a morte súbita e outras doenças, entre elas Acidente Vascular Cerebral (AVC).
O que o paciente que sentir arritmia cardíaca deve fazer para que o quadro não se agrave?
Dr. Luiz Pereira: Procurar ajuda imediata, não se apavorar, tentar ser atendido em serviço de emergência para atendimento médico e registro da arritmia. Caso não seja possível, ou o sintoma seja fugaz, deverá procurar orientação médica especializada para investigação e possível tratamento da arritmia.
Matéria publicada no site Sidney Rezende
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