De acordo com a análise de pesquisa publicada no Caderno de Saúde Pública, as causas sociais associadas à obesidade são escolaridade, renda mensal e o sexo. Um dos pontos mostrou que mulheres com maior nível de escolaridade são mais magras, mas o mesmo não vale para os homens.
O consumo alimentar e a atividade física, principais causas a determinar se uma pessoa estará ou não com excesso de peso, são originados também por fatores como renda, escolaridade, sexo e relacionamento relatam pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), da Faculdade da Saúde e Ecologia Humana (Faseh) e da Fiocruz Minas.
O achado é resultado do estudo “Excesso de peso em homens e mulheres residentes em área urbana: fatores individuais e contexto socioeconômico”, que avaliou 2.936 pessoas com idades entre 20 e 60 anos residentes em Oeste e Barreiro, distritos sanitários de Belo Horizonte.
A pesquisa foi publicada na revista científica brasileira Cadernos de Saúde Pública, publicação mensal da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, ligada à Fundação Oswaldo Cruz.
O objetivo da pesquisa foi verificar os determinantes sociais da obesidade. Por isso, os distritos foram escolhidos por representarem diversas desigualdades entre si. Para os pesquisadores, características do ambiente têm papel relevante no desenvolvimento da obesidade, uma vez que podem influenciar hábitos de vida saudáveis ou não saudáveis.
A pesquisa, que integra uma investigação denominada Saúde em Beagá, constatou a prevalência de excesso de peso em 52,3% dos casos analisados. O percentual foi semelhante entre homens e mulheres: respectivamente, 52,9% e 51,8%.
Também para entender por que mais da metade da população belo-horizontina está acima do peso, foram analisados fatores como idade, situação conjugal, escolaridade, renda familiar e hábitos alimentares.
Em relação à idade, tanto mulheres quanto homens tendem a ganhar peso no período entre os 30 e os 39 anos. Dos 20 aos 29, apenas 31,2% das mulheres e 38,2% dos homens são obesos. Na década seguinte, ocorre um grande salto, quanto o percentual de mulheres acima do peso aumenta para 54,4% e o de homens para 58,5%.
Índices análogos são mantidos na década seguinte, e voltam a aumentar na casa entre 50 e 60 anos, quando 69,3% das mulheres e 66,8% dos homens estão obesos. Quanto à situação conjugal, o comprometimento engorda: 57,4% das mulheres com parceiro e 61,6% dos homens comprometidos estão acima do peso, em oposição, respectivamente, a 45,3% e 42,6% dos solteiros.
A maior escolaridade foi considerada um fator protetor para o excesso de peso em mulheres, mas de risco para homens. Enquanto 70% das mulheres que estudaram entre 1 e 4 anos estão acima do peso, apenas 40,4% daquelas com mais de 12 anos de educação formal são obesas.
Já entre homens, esta relação se inverte: 61,2% dos homens com mais de 12 anos de escolaridade sofrem de excesso de peso, em oposição a 53,8% dos que frequentaram a escola por entre 1 e 4 anos.
Matéria publicada no site Bonde.com
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