Confira quais são os riscos de usar contraceptivos orais e se existe alguma chance dele prejudicar o desempenho de mulheres na academia.
Anticoncepcionais são amplamente usados por mulheres como método contraceptivo (para evitar gravidez). Alguns casos também podem ser usados para controlar a dismenorreia e tratamento da amenorreia (distúrbios menstruais).
Diversas vezes essa pergunta nos roda na sala de avaliação ou na de treinamento; professor, o anticoncepcional prejudica os ganhos do treinamento?
Com a velocidade tecnológica crescendo sem freio a evolução da farmacologia e meios de produção de contraceptivos tem sido grande. Quando se fala das novas gerações de contraceptivos a coisa é bem evoluída. Os anticoncepcionais trifásicos tem mostrado ter menos efeitos colaterais quando comparados aos seus antecessores, eles provocam menos ganho de massa corporal, retenção de líquidos é menor, e alteração no perfil lipídico tem sido mais bem controlada. Mas quando falamos de atletas de alto rendimento, será que esses trifásicos passam a ser seguros a ponto de não interferir nos resultados benéficos do treinamento?
Pois é caro colega os efeitos do uso desses contraceptivos sobre a força muscular, capacidade aeróbica e desempenho físico de mulheres atletas ainda são desconhecidos e merecem a atenção da comunidade científica.
Alguns trabalhos têm investigado os efeitos dos contraceptivos orais na capacidade física de mulheres. As quantidades e diferenças nos hormônios usados nas diferentes marcas torna a comparação desses estudos um pouco difícil, e os resultados tem se mostrado confusos, uns mostrando efeitos negativos na oxidação de macronutrientes, redução da capacidade aeróbica e até mesmo no ganho de massa muscular.
Literatura sugerida.
Giacomoni M, Falgairette G. Decreased submaximal oxygen uptake during short duration oral contraceptive use: a randomised cross-over trial in premenopausal women. Ergonomics 2000;43:1559–70.
Daggett A, Davies B, Boobis L. Physiological and biochemical responses to exercise following oral contraceptive use[abstract]. Med Sci Sports Exerc 1983;15:174.
Notelovitz M, Zauner C, McKenzie L, et al. The effect of low-dose contraceptives on cardiorespiratory function, coagulation, and lipids in exercising young women: a preliminary report. Am J Obstet Gynecol 1987;156:591–8.
Esse trabalho foi publicado dia analisar os efeitos do uso dessa classe de contraceptivos os autores desse estudo duplo cego, randomizado e controlado por placebo recrutaram mulheres altamente treinadas para testar os efeitos do uso de contraceptivos no desempenho físico.
As mulheres participantes foram rigorosamente escolhidas e precisavam ter:
(a) ciclos menstruais regulares (24-35 dias de duração);
(b) sem uso de anticoncepcional oral nos três meses antes de entrar no estudo;
(c) que participam numa base regular em atividade aeróbica competitiva (corrida, triatlo, remo, esqui cross country).
As voluntárias que apresentavam valores de VO2max menos de 50ml/kg/min-1 não foram recrutadas. As participantes também passaram por exame físico, incluindo um exame pélvico e Papanicolau (exame ginecológico), realizados pelos seus próprios médicos. As mulheres tomando suplementos foram solicitadas a manter a dosagem exata ao longo de todo ciclo de três análises.
Foram recrutadas 51 voluntárias para o estudo inicial, e apenas 17 voluntárias estavam aptas a participar do estudo. Três das 17 mulheres não apresentaram provas da ovulação durante o estudo observacional, e os resultados dos testes foram posteriormente excluídos das análises finais, sendo assim 14 mulheres compõem o estudo final. Os testes foram realizados durante os dois primeiros dias (folicular) e médio-lútea (dias 4 a 9 após “ovulação”) das fases de um ciclo menstrual regular. Após os testes de fase folicular e lútea, as participantes foram randomicamente colocadas para usar o contraceptivo oral (n = 7) ou placebo (n = 7). Os participantes e os pesquisadores para atribuição de grupo não sabiam o que estavam distribuindo e nem os sujeitos o que estavam recebendo (duplo cego). Foi usado contraceptivo oral (Synphasic trifásico; Pharmacia Canadá, Mississanga, Ontario, Canadá). Synphasic contém uma concentração constante de 0,035mg de etinil estradiol e de duas diferentes doses de norethindrone em três fases (dias 1-7, 0,5 mg; dias 8-16, 1,0 mg; e dias 17-21, 0,5 mg) igual a um total norethindrone dose de 15,0mg durante o ciclo de 21 dias.
O protocolo do teste de todos os testes foi concluído em dois dias sucessivos durante cada fase (folicular, lútea e tratamento). Porque do caráter do estudo duplo cego, fase de tratamento testes foram conduzidos em dias 14-17 do ciclo em vez de com base no dia da ovulação. Embora isso possa teoricamente ser durante a fase lútea em temas sobre o placebo, houve um alto grau de variabilidade individual no dia da ovulação.
No primeiro dia as mulheres foram ao laboratório depois de um breve jejum noturno. Nesse dia as amostras de sangue e análise do desempenho anaeróbico foram verificadas. As avaliações da força, no equipamento isocinético, capacidade aeróbia, e a avaliação da composição corporal foram concluídas no segundo dia de testes.
Resultados:
Composição corporal.
Os valores de dobras cutâneas aumentaram significativamente no grupo que usou contraceptivo.
Coletas Hormonais e amostras de sangue
A concentração de hemoglobina e volume globular, média de volume de hematócritos não mudou significativamente entre os grupos ou dentro de cada grupo ao longo do tempo.
Desempenho ao exercício da capacidade aeróbica
O VO2max absoluto e relativo mudou ao longo do tempo entre os grupos placebo contraceptivo oral (p = 0,050 e p = 0,019 respectivamente).
Capacidade aeróbica diminuiu no grupo de contraceptivos orais nas três fases. Em contraste, houve uma pequena queda no VO2max entre a fase folicular e lútea, mas um aumento no terceiro teste no grupo placebo. A redução média da fase folicular de tratamento foi de queda de 4,7% no grupo anticoncepcional e um aumento de 1,5% no grupo placebo.
Segundo os autores esse é o primeiro estudo duplo cego, controlado por placebo que analisou os efeitos do uso de contraceptivo oral sobre os indicadores de desempenho atlético em mulheres altamente treinadas (VO2máx ≥ 50ml/kg/min-1).
Embora tenha havido uma alta variabilidade individual em resposta à administração do anticoncepcional, foi mostrada uma redução no VO2max de mulheres altamente treinadas.
Com base nesses resultados é importante que seja revista a estratégia contraceptiva de mulheres que desejam o desempenho máximo esportivo.
Mas na maioria das mulheres que praticam exercício físico para saúde o uso de contraceptivos parece trazer mais benefícios gerais do que prejuízo atlético a ponto de invalidar os resultados para saúde trazidos pelo exercício físico bem conduzido e planejado. Entretanto, se achar necessário, esses casos especiais devem ser analisados individualmente e encaminhados para um colega, profissional da medicina, que irá verificar os riscos e benefícios para cada situação.
Espero que essa discussão tenha lhe proporcionado alguma informação útil para sua pratica profissional. Deixe seu comentário
Fonte: Prof. Dr. André Lopes é Phd em Ciências do Movimento Humano pela UFRGS e colaborador do Portal. Ele também é o criador do projeto Pro Fit Box
Diversas vezes essa pergunta nos roda na sala de avaliação ou na de treinamento; professor, o anticoncepcional prejudica os ganhos do treinamento?
Com a velocidade tecnológica crescendo sem freio a evolução da farmacologia e meios de produção de contraceptivos tem sido grande. Quando se fala das novas gerações de contraceptivos a coisa é bem evoluída. Os anticoncepcionais trifásicos tem mostrado ter menos efeitos colaterais quando comparados aos seus antecessores, eles provocam menos ganho de massa corporal, retenção de líquidos é menor, e alteração no perfil lipídico tem sido mais bem controlada. Mas quando falamos de atletas de alto rendimento, será que esses trifásicos passam a ser seguros a ponto de não interferir nos resultados benéficos do treinamento?
Pois é caro colega os efeitos do uso desses contraceptivos sobre a força muscular, capacidade aeróbica e desempenho físico de mulheres atletas ainda são desconhecidos e merecem a atenção da comunidade científica.
Alguns trabalhos têm investigado os efeitos dos contraceptivos orais na capacidade física de mulheres. As quantidades e diferenças nos hormônios usados nas diferentes marcas torna a comparação desses estudos um pouco difícil, e os resultados tem se mostrado confusos, uns mostrando efeitos negativos na oxidação de macronutrientes, redução da capacidade aeróbica e até mesmo no ganho de massa muscular.
Literatura sugerida.
Giacomoni M, Falgairette G. Decreased submaximal oxygen uptake during short duration oral contraceptive use: a randomised cross-over trial in premenopausal women. Ergonomics 2000;43:1559–70.
Daggett A, Davies B, Boobis L. Physiological and biochemical responses to exercise following oral contraceptive use[abstract]. Med Sci Sports Exerc 1983;15:174.
Notelovitz M, Zauner C, McKenzie L, et al. The effect of low-dose contraceptives on cardiorespiratory function, coagulation, and lipids in exercising young women: a preliminary report. Am J Obstet Gynecol 1987;156:591–8.
Esse trabalho foi publicado dia analisar os efeitos do uso dessa classe de contraceptivos os autores desse estudo duplo cego, randomizado e controlado por placebo recrutaram mulheres altamente treinadas para testar os efeitos do uso de contraceptivos no desempenho físico.
As mulheres participantes foram rigorosamente escolhidas e precisavam ter:
(a) ciclos menstruais regulares (24-35 dias de duração);
(b) sem uso de anticoncepcional oral nos três meses antes de entrar no estudo;
(c) que participam numa base regular em atividade aeróbica competitiva (corrida, triatlo, remo, esqui cross country).
As voluntárias que apresentavam valores de VO2max menos de 50ml/kg/min-1 não foram recrutadas. As participantes também passaram por exame físico, incluindo um exame pélvico e Papanicolau (exame ginecológico), realizados pelos seus próprios médicos. As mulheres tomando suplementos foram solicitadas a manter a dosagem exata ao longo de todo ciclo de três análises.
Foram recrutadas 51 voluntárias para o estudo inicial, e apenas 17 voluntárias estavam aptas a participar do estudo. Três das 17 mulheres não apresentaram provas da ovulação durante o estudo observacional, e os resultados dos testes foram posteriormente excluídos das análises finais, sendo assim 14 mulheres compõem o estudo final. Os testes foram realizados durante os dois primeiros dias (folicular) e médio-lútea (dias 4 a 9 após “ovulação”) das fases de um ciclo menstrual regular. Após os testes de fase folicular e lútea, as participantes foram randomicamente colocadas para usar o contraceptivo oral (n = 7) ou placebo (n = 7). Os participantes e os pesquisadores para atribuição de grupo não sabiam o que estavam distribuindo e nem os sujeitos o que estavam recebendo (duplo cego). Foi usado contraceptivo oral (Synphasic trifásico; Pharmacia Canadá, Mississanga, Ontario, Canadá). Synphasic contém uma concentração constante de 0,035mg de etinil estradiol e de duas diferentes doses de norethindrone em três fases (dias 1-7, 0,5 mg; dias 8-16, 1,0 mg; e dias 17-21, 0,5 mg) igual a um total norethindrone dose de 15,0mg durante o ciclo de 21 dias.
O protocolo do teste de todos os testes foi concluído em dois dias sucessivos durante cada fase (folicular, lútea e tratamento). Porque do caráter do estudo duplo cego, fase de tratamento testes foram conduzidos em dias 14-17 do ciclo em vez de com base no dia da ovulação. Embora isso possa teoricamente ser durante a fase lútea em temas sobre o placebo, houve um alto grau de variabilidade individual no dia da ovulação.
No primeiro dia as mulheres foram ao laboratório depois de um breve jejum noturno. Nesse dia as amostras de sangue e análise do desempenho anaeróbico foram verificadas. As avaliações da força, no equipamento isocinético, capacidade aeróbia, e a avaliação da composição corporal foram concluídas no segundo dia de testes.
Resultados:
Composição corporal.
Os valores de dobras cutâneas aumentaram significativamente no grupo que usou contraceptivo.
Coletas Hormonais e amostras de sangue
A concentração de hemoglobina e volume globular, média de volume de hematócritos não mudou significativamente entre os grupos ou dentro de cada grupo ao longo do tempo.
Desempenho ao exercício da capacidade aeróbica
O VO2max absoluto e relativo mudou ao longo do tempo entre os grupos placebo contraceptivo oral (p = 0,050 e p = 0,019 respectivamente).
Capacidade aeróbica diminuiu no grupo de contraceptivos orais nas três fases. Em contraste, houve uma pequena queda no VO2max entre a fase folicular e lútea, mas um aumento no terceiro teste no grupo placebo. A redução média da fase folicular de tratamento foi de queda de 4,7% no grupo anticoncepcional e um aumento de 1,5% no grupo placebo.
Segundo os autores esse é o primeiro estudo duplo cego, controlado por placebo que analisou os efeitos do uso de contraceptivo oral sobre os indicadores de desempenho atlético em mulheres altamente treinadas (VO2máx ≥ 50ml/kg/min-1).
Embora tenha havido uma alta variabilidade individual em resposta à administração do anticoncepcional, foi mostrada uma redução no VO2max de mulheres altamente treinadas.
Com base nesses resultados é importante que seja revista a estratégia contraceptiva de mulheres que desejam o desempenho máximo esportivo.
Mas na maioria das mulheres que praticam exercício físico para saúde o uso de contraceptivos parece trazer mais benefícios gerais do que prejuízo atlético a ponto de invalidar os resultados para saúde trazidos pelo exercício físico bem conduzido e planejado. Entretanto, se achar necessário, esses casos especiais devem ser analisados individualmente e encaminhados para um colega, profissional da medicina, que irá verificar os riscos e benefícios para cada situação.
Espero que essa discussão tenha lhe proporcionado alguma informação útil para sua pratica profissional. Deixe seu comentário
Fonte: Prof. Dr. André Lopes é Phd em Ciências do Movimento Humano pela UFRGS e colaborador do Portal. Ele também é o criador do projeto Pro Fit Box
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